Teoria Musical
Sobre o autor Marco FerraObter PDF
  • Teoria Musical
    • Prefácio
  • 1 Fundamentos
    • 1.1 Som
      • 1.1.1 Altura
      • 1.1.2 Intensidade
      • 1.1.3 Duração
      • 1.1.4 Timbre
    • 1.2 Símbolos
      • 1.2.1 Pauta e Partitura
      • 1.2.2 Notas
      • 1.2.3 Claves
      • 1.2.4 Armação de Clave
      • 1.2.5 Vozes
      • 1.2.6 Figuras rítmicas
      • 1.2.7 Ritmo
      • 1.2.8 Compassos
  • 2 Sons Isolados
    • 2.1 Notas
  • 3 Sons em Conjunto
    • 3.1 Melodia
    • 3.2 Intervalos
    • 3.3 Consonância e dissonância
    • 3.4 Escalas
      • 3.4.1 Escala maior
      • 3.4.2 Escala relativa menor
      • 3.4.3 Escala paralela menor
    • 3.5 Modos
    • 3.6 Harmonia
      • 3.6.1 Tríades
      • 3.6.2 Acordes de sétima
      • 3.6.3 Baixo contínuo
      • 3.6.4 Forma
      • 3.6.5 Cadências
      • 3.6.6 Frase
  • 4 Palavras Finais
    • Conclusões
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2017 – 2025 Marco Ferra

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  1. 1 Fundamentos
  2. 1.2 Símbolos

1.2.3 Claves

Previous1.2.2 NotasNext1.2.4 Armação de Clave

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Seria mais simples, mas pouco flexível, se as notas musicais quando colocadas na partitura nos informassem, de imediato, qual a sua altura absoluta. Existe um símbolo adicional que é necessário incluir para que seja possível saber exatamente que nota deve ser tocada, e que altura esta representa quando é colocada na partitura. O símbolo que dá o nome às notas na partitura é a clave, sendo «chave» precisamente o seu significado. As claves são necessárias devido à grande amplitude de alturas possíveis de serem obtidas por diferentes instrumentos musicais, incluindo a própria voz humana, pelo que a inexistência de claves iria originar um quase incontável número de linhas suplementares, dificultando simultaneamente a escrita e a leitura. As duas claves encontradas com mais frequência numa partitura são a clave de Sol e a clave de Fá.

Considere-se no exemplo anterior uma parcela das notas possíveis de serem tocadas num piano. Este sistema, composto por duas claves, a de Sol e a de Fá, é também denominado de Grande Clave. Os parênteses retos em torno de [C] indicam o início do ciclo em que as oitavas se repetem. A nota Dó, [C4], que se encontra no centro da partitura, representada tanto na clave de Sol como na de Fá com uma linha suplementar inferior e superior, respetivamente, é efetivamente a mesma nota, representado acusticamente exatamente a mesma altura. Este Dó é também conhecido como Dó Central, ou «middle C». O número que se encontra do lado direito do nome da nota indica a qual oitava a nota pertence.

Conforme mencionado anteriormente existem doze notas diferentes. Esta diversidade encontra-se contida numa oitava. Para se obterem a totalidade das notas disponíveis devem ser usados os símbolos musicais apresentados no exemplo seguinte.

Estes símbolos devem ser colocados à esquerda do corpo da nota, dependendo se este se encontra numa linha ou num espaço, de forma inequívoca. Relativamente ao bequadro, este pode cancelar quaisquer alterações anteriores como, por exemplo, as introduzidas pela armação de clave ou por outras alterações. O conceito de armação de clave é apresentado posteriormente neste capítulo. Relativamente às outras alterações, estas podem afetar quaisquer notas, como o Mi ou o Fá.

Convenciona-se que a alteração musical apenas afeta as notas do mesmo nome que se encontram na oitava correspondente à da nota alterada, e apenas àquelas que se encontram no mesmo compasso. Quando o compasso terminar ou se existirem outras notas do mesmo nome em oitavas diferentes, estas não irão ser afetadas pela alteração.

Se todas as notas disponíveis forem dispostas sequencialmente, ou seja, se cada uma delas se distanciarem das suas adjacentes em ½ tom, obtém-se a denominada escala cromática. O termo cromático surge para ilustrar a completa paleta de cores disponíveis ao compositor. Na escala cromática construída com recurso a bemóis, os símbolos de bequadro contidos entre parêntesis curvos são alterações de cortesia e existem para lembrar ao músico que o efeito das alterações anteriores foi cancelado, tornando a nota natural. As regras anteriormente descritas mantêm-se com ou sem esta cortesia.

Em contraste, quando se usam unicamente e sequencialmente, as sete notas naturais apresentadas anteriormente, [C D E F G A B], sem alterações e a partir da nota Dó, é formada a escala de Dó Maior, também denominada C Maior ou «C Major Scale». Adicionalmente, relativamente à posição que cada nota ocupa na escala, existe um grau correspondente, cuja notação musical é conseguida através de um número informativo da posição da nota na escala e sinalizado com acento circunflexo, ou «caret», no topo. O conceito e a utilidade do uso dos graus serão apresentados em capítulos posteriores.

Todos os graus desempenham uma função tanto na melodia como na harmonia e, nesta fase, iremos estabelecer que todos eles são atraídos, de formas diferentes, para o primeiro grau. Verifica-se que o primeiro grau é o mais importante e será a base para se compreender, nos capítulos seguintes, como funcionam estas relações funcionais. Conforme mencionado, os graus da escala devem ser ilustrados colocando um acento circunflexo em cima do respetivo número.

São definidos para cada um dos graus da escala os seguintes nomes:

  • Grau 1 – Tónica

  • Grau 2 – Supertónica

  • Grau 3 – Mediante

  • Grau 4 – Subdominante

  • Grau 5 – Dominante

  • Grau 6 – Submediante

  • Grau 7 – Sensível ou subtónica

O sétimo grau terá o nome de Sensível se a sua distância à tónica for de ½ tom e Subtónica se a sua distância for de 1 tom.

Conforme mencionado anteriormente existem diferentes claves. São apresentadas na próxima figura um conjunto mais representativo da diversidade de claves existentes. No exemplo seguinte, no cimo da partitura e para cada clave (exceto a de percussão cujas notas não têm altura definida), encontra-se a nota de referência pela qual todas as outras obtêm o seu nome.

As claves encontram-se apresentadas, da esquerda para a direita, dos registos mais graves para os mais agudos. A clave do exemplo número 2 é também chamada de clave de Fá na 5.ª linha, as claves dos exemplos n.º 4, 5, 6, 7 e 8 são também chamadas de claves de Dó na 5.ª, 4.ª, 3.ª, 2.ª e 1.ª linha, respetivamente, e a clave do exemplo n.º 10 é também chamada de clave de Sol na 1.ª linha.

Figura 1.7. Exemplo de uma Grande Clave com notas desde C2 até C6 (quatro oitavas).
Figura 1.8. As cinco alterações musicais mais frequentes.
Figura 1.9. Escala de Dó Maior com os respetivos graus. A numeração usada para os graus é independente da escala usada e indica a posição da nota na escala.
Figura 1.10. Exemplo de dez claves diferentes. Do lado direito do nome da clave é apresentada, entre parênteses, a nota de referência na respetiva oitava.